sábado, 7 de julho de 2012

Clariceando...

GH :

"___estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra? A isso quereria chamar desorganização , e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para uma organização anterior. A isso prefiro chamar desorganização pois não quero me confirmar no que vivi __na confirmação de mim eu perderia o mundo como eu o tinha, e sei que não tenho capacidade para outro."


                                                                                            A Paixão segundo G.H. pág 9.

"What if i take my problem to the United Nations?".


     “... E se eu levar meus problemas para as Nações Unidas?”.

      “Se quiseres mudar tua vida, lidere-a”. Tal máxima é um grato e constante desafio interior. Quando o Ser em busca de evolução se arrisca no comando de seu próprio destino, os dias que se sucedem após tal decisão são de extrema importância para confirmação, através de pensamentos e atitudes, de uma nova postura diante da vida.

      O medo, companheiro astuto, nos acompanha pelo receio de mudar. Será mesmo que mudar pode doer? Ou mudar é uma maneira salutar de fazer cessar dores internas que sorrateiramente se instalam dentro de nós em virtude de uma conduta insalubre perante situações que, na verdade, são uma chave preciosa para a libertação de nossos próprios temores.

      Mudar internamente é um impulso infalível para o melhor de si mesmo. Quando reconhecemos a intransferível necessidade de reforma interior, aos poucos, vamos perceber que a responsabilidade do êxito ou fracasso da mesma é inteiramente nossa. Ao saber disso certos laços e vínculos psicossociais se afrouxam, pois passamos a não mais depender das vontades e desígnios alheios para promover tais transformações íntimas.

      Seria fácil transferir para terceiros o que só nós podemos reintegrar. Fazer isso é pedir o impossível e se deleitar falsamente, caindo assim, num comodismo insólito e estacionário. O progresso moral só se alcança a partir de uma decisão que nos permite um movimento inicial; o primeiro passo é o maior dos desafios, pois ele nos conecta conscientemente com a oportunidade de movimentar nossa própria realidade. E nem sempre o Novo se corporifica, à primeira vista, ao nosso belo prazer.

      Portanto, o Tempo nos ensina readaptando-nos às mudanças íntimas. É preciso primeiro deixar a racionalidade de lado e movimentar de imediato, agindo segundo a sua essência, para posteriormente observar os efeitos produzidos por tal transformação. Contudo a resignificação de certas experiências que vivemos é de extrema importância, pois o que hoje enxergamos como sendo algo ruim, mais a diante, a vida e a maturidade se encarregam de nos trazer lucidamente que era necessário passar por aquilo afim de que hoje pudéssemos ser e estar onde estamos consequentemente melhor interiormente que outrora.


                                                                               Paz!


                                                                                                                          H.Sts