Procelária
É vista quando há vento e grande vaga
Ela faz o ninho no rolar da fúria
E Voa firme e certa como bala
As suas asas empresta à Tempestade
Quando os Leões do mar rugem nas grutas
Sobre os abismos passa e vai em frente
Ela não busca a rocha,o cabo,o cais
Mas faz da insegurança sua força
E do risco de morrer seu alimento
Por isso me parece imagem justa
Pra quem vive e canta no mau tempo.
Sophia de Mello Breyner
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